quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Candem Town e Flauta Mágica


Decididamente este foi um dia beeem difícil para sair da cama. As pernas e pés ainda estavam cansados do dia anterior. Acordamos super tarde e almoçamos com a Lu, que fez um banquete! Lu, vc é uma super anfitriã, obrigado! Para dar uma descansada do dia anterior, resolvemos apenas visitar Candem Town.
Pegamos o metro e seguimos a sugestão da Lu: ao chegar entramos pela parte de trás do mercado. Uau! Que lugar único, com pessoas singulares! Adoramos tudo, o movimento, as cores, a atmosfera! Cada um na sua escolha e com respeito às diferenças, trazendo harmonia ao local.





Demos uma voltinha básica e percebemos que é bem fácil se perder por ali, no meio de tantas ruelas e lojinhas. Nos lembrou um pouco os mercados de Marrocos, apesar de bem mais limpo e sussegado, rsrsrs. A Amy Whinehouse, que havia falecido cerca de um mês antes, se tornou a rainha do local. Há camisetas dela por toda parte, e várias locais com estilo de roupa, maquiagem e cabelo em sua homenagem. 








As camisetas e suas estampas ultra criativas são uma atração à parte em Candem Town. Quando você se dá conta, já está parado em uma barraquinha lendo as inúmeras variações expostas. Há também diversas lojas de tatoo, piercing e jóias de roqueiros. Faber: lembramos de você e do seu famoso anel de caveira, você ia se amarrar demais nesse lugar!







Sentamos para tomar um refresco, recuperar as energias e o bom humor todos gastos no dia anterior para encarar mais uma noite cultural, dessa vez de ópera. Para isso, nada melhor que uma cervejinha num restaurante vegetariano todo descolado, para agradar gregos e troianos, rsrsrs. E nesse restaurante, o Rafa encontrou uma cerveja bem diferente: a Cannabia, feita na Alemanhã a partir de Mary Jane, de forma orgânica. Foi ótimo, os dois curtiram bastante a parada, e seguimos bem mais animados para assistir a Flauta Mágica.




Estávamos a caminho da ópera, mais perdidos que cegos em tiroteio. Andávamos pela rua quando vimos um lindo Pub, que a Má resolveu fotografar. De repente, um trabalhador inglês (equivalente a um agente da CET de São Paulo), que carregava sua van com grades de isolamento, nos disse: "entrem e aproveitem bastante, pois daqui há pouco ele vai falir". Sem entender, pois o Pub tava cheio, perguntamos inocentemente: "por que?". Bom, esta pergunta foi a única frase construida por nós durante quase todo o monólogo de quase meia hora proferido por aquele homem. Sempre muito educado, ele falou, em alguns momentos de forma exaltada, sobre a origem dos pubs, sua importância e implicações na sociedade de hoje -- custos médicos, hospitais, aposentadoria -- e nos hábitos das pessoas, sobre a televisão e ausência de diálogo nos dias de hoje, os altos custos de beber nos pubs e o surgimento de bebidas baratas nas lojas de conveniência que fizeram as pessoas optarem por beber em casa. 
Depois falou também sobre a existência de aldeias remotas na África e no Brasil, onde as pessoas não tem acesso à TV nem rádio. Depois começou um discurso ultra-nacionalista e xenófobo sobre a importância da obrigatoriedade do voto, o excesso de projetos sociais que ajudam etnias minoritárias em Londres e a falta de auxílio para os nativos que estão fora de Londres. Falou do desejo da maioria dos ingleses de sair da união européia, e que estariam dispostos a desfazer o Reino Unido para fazer isso acontecer, e que os outros países europeus eram lenientes, dando passaportes a estrangeiros que em seguida vinham para Londres roubar os empregos dos ingleses... Foi nesse momento que o Rafa conseguiu avisar que estávamos atrasados para uma peça e precisávamos ir!


O belo Pub, que vai fechar...


Ufa, conseguimos escapar do discurso daquele homem! Apesar de cansativo, foi legal porque, embora não concordássemos com suas idéias radicais, ele era bastante culto e tinha um inglês rebuscado, que ficamos felizes por ter entendido... 
Finalmente chegamos ao nosso espetáculo de ópera, a Flauta Mágica. Para nossa surpresa, o espetáculo foi uma releitura moderna da peça original. Encenada no teatro da faculdade de oratória, o que deixou a Má bem feliz, por uma companhia de ópera que incentiva cantores jovens, com pouco tempo de formado, o espetáculo contou com artistas cheios de vitalidade e criatividade. O show foi repleto de jogos de imagens refletidas pela sombra no pano de fundo do palco, onde atores brincavam com suas sombras. Adoramos o espetáculo e fomos para a casa felizes e mais descansados que no dia anterior, após esse dia "mais light".




Um comentário:

  1. Muito bom o blog e esse texto foi excelente.... canda, traz umas brejas dessa para nós....bjs e abs!!

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